ATA DA DÉCIMA OITAVA
SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 18-3-2013.
Aos dezoito dias do mês de
março do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João
Carlos Nedel, João Derly, Jussara Cony, Luiza Neves, Marcelo Sgarbossa, Mario
Fraga, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Rodrigo Maroni e
Tarciso Flecha Negra. Constatada
a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Cassio Trogildo,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Idenir
Cecchim, Lourdes Sprenger, Nereu D'Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Paulo Brum,
Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota e Sofia Cavedon. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de
Resolução nº 006/13 (Processo nº 1047/13), de autoria da Mesa Diretora; o
Projeto de Lei do Legislativo nº 061/13 (Processo nº 0836/13), de autoria do
vereador Elizandro Sabino; o Projeto de Lei do Legislativo nº 045/13 (Processo
nº 0721/13), de autoria do vereador Engº Comassetto; o Projeto de Lei do
Legislativo nº 016/13 (Processo nº 0513/13), de autoria do vereador Paulo Brum.
Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do senhor Prefeito: nº 320/13, informando
que se ausentará do Município das vinte horas e dois minutos do dia quatorze às
treze horas e quinze minutos do dia quinze de março do corrente, quando
participará de reunião com o Prefeito de São Paulo, senhor Fernando Haddad, a
ser realizada no Município de São Paulo – SP –; e nº 331/13, encaminhando o
Projeto de Lei do Executivo nº 011/13 (Processo nº 1078/13). Após, foi
apregoado Requerimento de autoria da vereadora Mônica Leal, deferido pelo
senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do
Legislativo nº 192/04 (Processo nº 4320/04). Ainda, foram apregoados os
seguintes Memorandos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando autorização
para representar externamente este Legislativo: nº 022/13, de autoria do
vereador Engº Comassetto, nos dias vinte e sete e vinte e oito de fevereiro e
primeiro de março do corrente, na 36ª Reunião do Conselho das Cidades, em
Brasília – DF –; nos 006 e 017/13, de autoria, respectivamente, da
vereadora Fernanda Melchionna e do vereador Pedro Ruas, hoje, em Audiência
Pública Conjunta da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão Estadual da
Verdade do Rio Grande do Sul, no Auditório da Associação dos Juízes do Rio
Grande do Sul – AJURIS –, em Porto Alegre; nº 003/13, de autoria do vereador Mario
Manfro, hoje, em triagem realizada pela ONG Dentistas do Bem, para seleção
destinada a atendimento de jovens da Escola Municipal de Ensino Fundamental
Vila Monte Cristo, em Porto Alegre; e nº 024/13, de autoria do vereador Márcio
Bins Ely, hoje, em reunião da Federação Nacional dos Corretores de Imóveis –
FENACI –, em Brasília – DF. Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional
de Saúde do Ministério da Saúde, emitidos nos dias vinte e oito de fevereiro e
quatro, cinco, seis e oito de março do corrente. Durante a Sessão, deixaram de
ser votadas as Atas da Primeira, Segunda, Terceira, Quarta, Quinta, Sexta,
Sétima, Oitava, Nona, Décima e Décima Primeira Sessões Ordinárias. A seguir, o
senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à senhora Jacqueline
Sanchotene, Coordenadora do Movimento Viva Gasômetro, que discorreu sobre a
criação do Parque do Gasômetro. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do
Regimento, os vereadores Engº Comassetto, Jussara Cony, Fernanda Melchionna,
Tarciso Flecha Negra, Clàudio Janta e Sofia Cavedon, manifestaram-se acerca do
assunto tratado durante a Tribuna Popular. A seguir, o senhor Presidente
concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, à senhora
Jacqueline Sanchotene. Às quatorze horas e quarenta e sete minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
quarenta e oito minutos. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela
vereadora Sofia Cavedon, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 080/13; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 189/12, 003/13, este discutido pelo vereador Engº
Comassetto e pela vereadora Jussara Cony, e 015/13, discutido pelos vereadores
Engº Comassetto, Mônica Leal e Mario Fraga, o Projeto de Lei do Executivo nº
009/13. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Mauro Pinheiro e
Idenir Cecchim. Durante a
Sessão, o vereador Engº Comassetto manifestou-se acerca de assuntos diversos.
Às quinze horas e vinte e um minutos, o senhor Presidente declarou encerrados
os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos
foram presididos pelos vereadores Dr. Thiago, Sofia Cavedon, Mauro Pinheiro e
Tarciso Flecha Negra e secretariados pelo vereador João Carlos Nedel. Do que
foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Passamos à
A Sra. Jacqueline
Sanchotene, representando o Movimento Viva Gasômetro, está com a palavra pelo
tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo à efetiva
criação do Parque do Gasômetro.
A SRA. JACQUELINE SANCHOTENE: Boa-tarde a
todos e a todas. “Revoga-se o Plano anterior”. Essa frase está contida no Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre, sancionado por
S. Exa., o Prefeito Municipal, José Fortunati, em 22 de julho de 2010.
Em fevereiro de 2013,
nós, moradores do Gasômetro, fomos surpreendidos com a derrubada das árvores na
Praça Júlio Mesquita. Na busca de informações, descobrimos que a derrubada das
árvores se deu em função da duplicação da Av. Edvaldo Pereira Paiva prevista no
Plano Diretor datado de 1988. O traçado da duplicação da Edvaldo Pereira Paiva
no chamado trecho 4 se sobrepõe ao traçado do Parque do Gasômetro, Parque
criado depois da sanção do Executivo, em 22 de julho de 2010, Lei Complementar
nº 646, de 22 de julho de 2010, que trata das alterações do Plano Diretor. Diz
o art. 154, inc. XXI: 18 meses contados da data da vigência da Lei Complementar
para instituição do corredor Parque do Gasômetro, mediante lei específica. Também
o art. 154, no § 3º, diz: o corredor referido no inc. XXI deste artigo deverá,
no mínimo, incluir a orla do Guaíba até a ponta do Cais Mauá; o Museu do
Trabalho e seu entorno; as praças Brigadeiro Sampaio e Júlio Mesquita. A
extensão do Parque do Gasômetro bem como a forma de fazer essa interlocução não
foi definida no Plano Diretor, pois essas não são matérias de Plano Diretor; o
Plano Diretor, Lei maior do Município, é responsável por diretrizes que deverão
ser seguidas pela Administração Municipal. O Parque do Gasômetro faz parte de
uma série de estudos para melhorias do Centro, estudos esses feitos pela Região
de Planejamento, RGP1 – Região de Gestão do Planejamento, da Secretaria de
Planejamento do Município, coordenado, nesta ocasião, pelo nosso arquiteto
Rogério Dal Molin. O Arquiteto Dal Molin apresentou a nós, do Viva Gasômetro,
esse estudo em uma das reuniões – reuniões preparatórias da revisão do Plano
Diretor abertas à comunidade – da RGP, e, a partir desse momento, passou a
defender a criação do Parque na revisão do Plano Diretor. Nesse estudo, como
sempre ressalta o Arquiteto Dal Molin, a criação do Parque do Gasômetro se dará
pela execução de uma trincheira, através da qual os carros passarão, e, por
cima, teremos um grande gramado que irá amalgamar as praças Júlio Mesquita,
Brigadeiro Sampaio e a orla do Gasômetro, criando uma interlocução com a beira
do Guaíba.
Chegava a hora de defender a criação do Parque do
Gasômetro na revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental na
Câmara Municipal. Nesta Casa, tivemos a parceria inestimável do Ver. Engº
Comassetto, que nos apontou o caminho do gravame. Sem esse esclarecimento,
provavelmente não estaríamos tendo este momento. Ao Ver. Engº Comassetto o
nosso muito obrigado.
Queremos também agradecer aos 36 Vereadores que, na
ocasião da votação, em outubro e novembro de 2009, aprovaram por unanimidade a
então Emenda nº 188.
É com o coração e com a vontade de ter uma Cidade
melhor para a maioria da população que nós, do Viva Gasômetro, temos lutado
pela criação do Parque do Gasômetro, tema defendido por nós em todas as nossas
falas nesta tribuna.
Queremos compartilhar com vocês uma vitória parcial
que o Viva Gasômetro – e, acreditamos, a população de Porto Alegre – está
prestes a conquistar: as notícias do pedido que temos de tombamento da Usina de
Gás Carbonado, a verdadeira Usina do Gasômetro, prédio datado de 1874, frente a
esta Casa, pedido feito por nós em 5 de março de 2010, apontam que
conquistaremos que a Usina seja ‘inventariada’, pois exige menor grau de
preservação histórica. São dessas vitórias, mesmo que parciais, que nós, do
Viva Gasômetro, nos alimentamos para continuar lutando por nossa Cidade.
Queremos continuar contando com o apoio dos
integrantes desta Casa. E, amparados pela Lei maior do Município, a Lei do
Plano Diretor, lutemos juntos para que o nosso Parque seja criado; que a
chamada duplicação da Edvaldo Pereira Paiva, trecho 4, seja transformada em
nosso Parque; que seja feito o rebaixamento da via, criando o nosso Parque; e,
ainda, se a duplicação da via for imprescindível, que essa seja feita de forma
subterrânea, tecnicamente chamada de trincheira. Assim, respeitaremos o Plano
Diretor em vigor e, ao mesmo tempo, contemplaremos a previsão do aumento do
fluxo de carros.
Cabe ainda esclarecermos que, nesses mais de seis
anos de Viva Gasômetro, somente duas vezes vimos o trânsito engarrafar frente à
Usina e arredores, mas vimos um número maior de atropelamentos, inclusive com
morte. Ao duplicar a via na superfície, estaremos duplicando o risco dos
atropelamentos. Esta é a terceira legislatura que passamos em nossos seis anos
e meio de lutas. Voltaremos a esta tribuna para defender outras conquistas do
Viva Gasômetro, algumas delas obtidas na revisão do Plano Diretor, entre essas,
a criação do Largo Cultural do Gasômetro, conquista obtida também no art. 154,
inciso XIII. Para finalizar, queremos dizer que não executar o Parque do
Gasômetro será faltar com a Lei maior do Município, a Lei do Plano Diretor.
Cumpra-se a Lei. Um abraço a todos.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Convidamos a Sra. Jacqueline Sanchotene para compor
a Mesa. (Pausa.) Sra. Jacqueline, quero agradecer profundamente a sua presença
e lembrar a todos que nós teremos hoje a Audiência Pública sobre a duplicação
da Av. Edvaldo Pereira Paiva.
O Ver. Engº Comassetto está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; prezada Jacqueline Sanchotene, ao
cumprimentá-la, cumprimento toda a delegação do Viva Gasômetro que está aqui
hoje. Quero dizer que o trabalho que desenvolvemos em conjunto com o Movimento
Viva Gasômetro, constituindo uma legislação que, no nosso entendimento, é uma
conquista para a cidade de Porto Alegre: a criação do Parque Usina do
Gasômetro. Esse Parque se expressa em nós unificarmos a orla com a Usina do
Gasômetro, a Praça Mesquita e o Projeto do Cais do Porto, tornando aquela
região, que é uma região central da Cidade junto à orla, como um grande
movimento da devolução, inclusive, dos parques e da orla para todo o cidadão
porto-alegrense.
E, inclusive, foi acordado aqui nesta Casa, com o
Governo Municipal que, dentro de um ano, o Governo faria o desenho do Parque e
o apresentaria a esta Casa em formato de lei. E isso não foi feito. Portanto,
venho, aqui, em nome da nossa Bancada, e do trabalho realizado, e do acordo
construído, e da lei existente, buscar no Sr. Prefeito Municipal a
concretização de uma legislação existe. Ou seja, que a criação do Parque Usina
do Gasômetro se concretize, podendo inclusive ser uma obra, junto com a
revitalização do Cais do Porto, uma grande obra para a Copa, para
recepcionarmos não só as pessoas do mundo, mas da nossa própria cidadania.
Parabéns, e um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, em primeiro lugar,
quero cumprimentá-la, Jacqueline Sanchotene, Coordenadora e representante do
Movimento Viva Gasômetro, um Movimento que dá conta do patrimônio histórico,
cultural e ambiental da nossa Cidade – num dia muito emblemático, dia este em
que teremos, à noite, um encontro nesta Casa; foi com muita luta que chegamos a
determinadas conquistas, ainda não materializadas na vida do povo de Porto
Alegre, e teremos a presença de vocês aqui hoje.
Tudo já foi dito, foi luta, foi votação, foi uma
lei do Ver. Comassetto, está no Plano Diretor, remeteu-se para uma lei
específica, e é aí, nesse ponto, que eu quero, em nome da Bancada do PCdoB – em
meu nome e do João Derly –, dizer com toda a clareza que, na nossa concepção,
essa discussão faz parte da discussão que teremos hoje à noite.
É o momento de pensarmos na Cidade como um todo, e
não em determinadas circunstâncias. No Ministério Público, quando foi feita uma
audiência, eu fiz esta colocação, porque a condição é essa: se a Prefeitura não
fez a lei municipal de algo que está no Plano Diretor, nós podemos fazer, a
Câmara Municipal pode fazer, deve fazer. E eu acho que hoje, com a presença de
vocês aqui, nós poderemos fazer uma articulação ampla, envolvendo todos, no
sentido de que nós cumpramos uma obrigação que é um dever nosso para com a
Cidade de Porto Alegre. Então, a sua presença é muito bem-vinda, está se dando
num dia muito especial, e eu tenho absoluta convicção de que esta Casa dará a
resposta Legislativa, já que o Executivo não deu, e nós não estamos fazendo
favor nenhum, nós estamos cumprindo aquilo que a Cidade construiu, que o
movimento Viva Gasômetro construiu. Por isso afirmo: nós temos que, de uma vez
por todas, aproveitar a Conferência das Cidades para fazer com que nós tenhamos
o Conselho Municipal das Cidades instalado em Porto Alegre, porque será mais um
instrumento para garantir que aquilo que a comunidade conquista tenha que
passar da Lei para a vida. Parabéns!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Eu quero agradecer a luta do Movimento Viva
Gasômetro, em meu nome e do Ver. Pedro Ruas, e dizer que somos testemunhas das
incontáveis vezes que o movimento esteve nesta Câmara, usando a Tribuna Popular
para reivindicar que o Executivo cumprisse com a sua palavra e apresentasse em
um ano o Projeto de Lei, Presidente Dr. Thiago, que se comprometeu com a Câmara
de Vereadores, o Projeto de Lei instituindo tanto o largo cultural, que é uma
conquista evidente que aquela região, em uma das regiões que se constitui como
área de interesse cultural de nossa Cidade, como a questão da ampliação do
Parque Gasômetro, na criação, junto com as praças Júlio Mesquita e Brigadeiro
Sampaio. Quero registrar que, na verdade, a política da Prefeitura tem sido
rasgar o Plano Diretor. O que estamos assistindo ali com a tentativa do corte
de 114 árvores; 14 já foram cortadas e garantimos a suspensão até a noite de
hoje, na audiência pública que vai ser definitiva para que a gente exija a mudança
de projeto. O Viva Gasômetro fez uma sugestão concreta, que seja uma
trincheira, e aí se pode manter as árvores e ao mesmo tempo seguir a ampliação
da Av. Edvaldo Pereira Paiva. Agora, o que é inadmissível é que se corte árvore
e se deixe cimento, como estava falando com o Ronaldo, fica o aeromóvel jogado
há 20 anos ali, e as árvores são cortadas. O que é inadmissível é tentar
transformar uma Praça, como a Praça Júlio Mesquita, num estacionamento, e nós
não temos nenhuma informação da Prefeitura sobre essa tentativa, mas se ouve
muito nos corredores, porque infelizmente a cidadania está sendo desrespeitada,
não há democracia; a Cidade foi pega de surpresa com o corte das árvores.
Portanto, quero parabenizá-la pela luta e pela garra. Neste momento vai ser muito
importante nossa unidade, nessa luta, hoje, na audiência pública e depois dela,
para garantir uma Cidade mais humana e mais verde. Parabéns. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Obrigado, Presidente. Quero aqui cumprimentar a Jacqueline,
parabenizá-la por esta luta. Sou morador ali do lado, e vários pedidos eu fiz
por aquela Praça, para que tivesse lazer para as crianças, para todos, pois é
uma praça de Porto Alegre. O Gasômetro é um pedaço do cartão postal de Porto
Alegre, e ele tem que estar lindo. Contem com a nossa Bancada, comigo e meu
amigo Bernardino Vendruscolo, do PSD, porque a minha luta é essa, é para que as
praças de Porto Alegre fiquem mais bonitas, em vez de tirá-las. Que as áreas de
lazer para nosso povo fiquem mais bonitas em vez de as tirarmos e colocarmos
asfalto. Acho que é importante a sua luta, e isso mostra a vontade de ver
aquele Gasômetro lindo, aquela parte de Porto Alegre que é maravilhosa. Essa é
a nossa busca! E pode contar com a nossa Bancada, pois estaremos aqui. Parabéns
pela tua luta. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Presidente Dr. Thiago, Jacqueline Sanchotene, nós sabemos da luta que tu
desenvolves, não só a luta, também o acesso à cultura que o movimento propicia
às pessoas, à população do Centro de Porto Alegre, levando cultura e
entretenimento às pessoas que frequentam aquela área do Centro.
Há uma discussão sobre a necessidade de ampliar a
avenida por causa do fluxo de veículos, mas, ao mesmo tempo, transformar duas
praças em estacionamento; isso é um absurdo! É para o trânsito fluir e não para
estacionar. Nós precisamos de praças que sirvam à comunidade, que sejam um
espaço público e democrático em que frequentem artistas, famílias; essas praças
têm que continuar sendo do povo, temos que continuar tendo acesso e liberdade
nas praças de Porto Alegre, não podendo ser destinadas para o carro. Nós temos
um grande estacionamento na própria Usina, não há necessidade de transformar as
duas praças, a Júlio Mesquita e a Brigadeiro Sampaio em um estacionamento
público; há necessidade de urbanizar melhor essas duas praças, talvez tirando
aquelas torres do aeromóvel, plantando mais árvores, entregando as praças de
fato para a população do Centro de Porto Alegre que é tão carente de espaços
para levar seus filhos, levar seus animais, tomar um chimarrão e ter acesso à
cultura gratuita como faz o Viva Gasômetro. Estamos aqui à disposição para que
esse espaço da cultura do povo de Porto Alegre continue vivo e seja constante.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Quero cumprimentar o Movimento Viva Gasômetro, na pessoa da Jacqueline,
moradores, militantes que estão aqui presentes, em nome da oposição desta Casa
quero afirmar que nós aqui somos testemunhas da longa luta pela conquista desse
parque. Esse parque tem a cara, a luta e o perfil daquele lugar, a coragem, o
destino que está colocado naquele espaço em torno da Usina, no uso, na
estética, no patrimônio cultural e ambiental que está ali. O parque faz essa
leitura e se consagrou em uma lei. O projeto que o Ver. Engº Comassetto
encabeçou, respondeu a essa demanda e essa luta, e foi aprovada por todos nós
com a escrita literal dos contornos do Parque da Usina, incorporando as duas
praças, portanto é lei o contorno, e fazer o projeto que está colocado para a
Edvaldo é acabar com este parque.
Então, Jacqueline e moradores, nós achamos que
temos que construir até à noite uma trégua, um compromisso da Prefeitura de
estancar o corte de árvores, parar essa obra neste lugar, e desenhar, junto com
vocês e com esta Casa, junto com os arquitetos que queiram contribuir, um
parque definitivo para depois continuar a obra. Esse é o nosso compromisso com
a luta de vocês e com o que nós consagramos no Plano Diretor a partir dela.
Parabéns, a Cidade inteira está de olho, porque hoje aquele lugar não comporta
mais as milhares de pessoas que vão para lá para andar a pé, para andar de
triciclo, de bicicleta, para tomar chimarrão, para colocar sua cadeirinha, para
viver à beira do Guaíba. Não é possível desconhecer e desrespeitar esse destino
que vocês também consagraram num parque. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado. Quero agradecer a presença da Jacqueline
Sanchotene, do Movimento Viva Gasômetro, e desde já quero convidá-la para
participar da nossa Audiência Pública, hoje, às 19h.
A SRA.
JACQUELINE SANCHOTENE: Gostaria de agradecer, mais uma vez, a Câmara
Municipal e dizer que ela é um exemplo de participação cidadã, porque nem mesmo
a Assembleia Legislativa tem um espaço franqueado à população de forma tão
aberta como tem a Câmara. A Assembleia Legislativa exige uma série de
documentos que movimentos sociais como o nosso não possuem, pois não tem
formação jurídica. Então, em primeiro lugar, obrigada pelo espaço. Queria
também agradecer todo o pessoal do Viva Gasômetro que está aqui presente, as
nossas professoras de yoga, a Clô, a Mercedes, a Jô, a Dora, a minha mãe que
está ali, a Santa, a Josi, o pessoal da Banda Municipal, o Osvaldo... Hoje é o
dia que tem mais integrantes do Viva Gasômetro aqui, eu acho que isso é bem
significativo. E, para encerrar, eu gostaria de dizer que o art. 154 não fala
em nenhum momento na extinção do Parque do Gasômetro. Que o Executivo, ao não
cumprir o prazo de 18 meses, é passível de sanção. E afirmar aqui, perante
todos, que a gente vai lutar até o final para que o parque seja uma conquista
da população. Muito obrigada. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, eu gostaria de dizer que a Frente Parlamentar da Reforma
Urbana – acordei, inclusive, com a Jacqueline –, vai promover, nesta Casa, em
data a combinar, um debate sobre o tema da criação do parque. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Perfeito. Quero encerrar esta participação
agradecendo o Movimento Viva Gasômetro e, desde já, convidando todos para
participar da Audiência Pública, às 19h. Estão suspensos
os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h47min.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 14h48min): Estão reabertos os trabalhos. Passo a condução dos
trabalhos à Ver.ª Sofia Cavedon. Eu recebo, na Sala da Presidência, o Dep. Onyx
Lorenzoni, retornando à Sessão assim que possível.
(A Ver.ª Sofia Cavedon assume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Boa-tarde, senhoras e senhores. Informo a V. Exas.
que, hoje, durante a reunião de Mesa e Lideranças, construímos um acordo para
tramitarem duas Sessões de Pauta para os Projetos de interesse do conjunto de
Vereadores e da Mesa Diretora. Em votação o Requerimento de autoria das
Lideranças da Casa, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, para que
possamos, imediatamente, entrar na Pauta. Após, retornamos à ordem normal.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0967/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 080/13, de autoria da Mesa Diretora, que cria cargos em comissão e função
gratificada no Quadro dos Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara
Municipal de Porto Alegre, constante no art. 20 da Lei nº 5.811, de 8 de
dezembro de 1986 – que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e
Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências –, e
alterações posteriores, revoga o § 2º do art. 20-A dessa Lei e dá outras
providências.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0824/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/13, que estabelece as atribuições do Cargo em
Comissão de Diretor-Geral Adjunto, do Departamento Municipal de Água e Esgotos
(DMAE), criado pela Lei nº 11.398, de 27 de dezembro de 2012.
PROC.
Nº 0507/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 015/13, de autoria da Verª Mônica Leal, que proíbe a utilização de fogos de
artifício em locais fechados, no âmbito do Município de Porto Alegre. Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 2580/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 189/12, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que concede o título de Cidadão de
Porto Alegre ao doutor Lair José Hüning.
PROC.
Nº 0020/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 003/13, de autoria da Verª Jussara Cony, que institui, no Município de Porto
Alegre, a Política Intersetorial de Plantas Medicinais, Aromáticas e
Condimentares e de Fitoterápicos.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sra. Presidente, Ver.ª Sofia Cavedon; quanto aos Projetos que estão
entrando em Pauta hoje, eu me inscrevi para comentar especificamente o PLL nº
003/13, da Ver.ª Jussara Cony, que propõe instituir, no Município de Porto
Alegre, a Política Intersetorial de Plantas Medicinais, Aromáticas,
Condimentares e de Fitoterápicos. Eu faço questão de vir aqui falar sobre este
Projeto, já na porta de entrada do debate nesta Casa, porque há poucos dias nós
votamos aqui – e a grande maioria dos Vereadores aceitou – o Veto do Prefeito
Municipal a um Projeto bastante semelhante, da Ver.ª Lourdes, que propunha
criar as hortas comunitárias. Ele não é semelhante no título, mas nós sabemos
que, numa horta comunitária, se houver uma boa orientação, podemos ter plantas
aromáticas, podemos ter fitoterápicos, podemos ter condimentos, entre outros.
(Aparte antirregimental do Ver. Mario Fraga.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: Está em Pauta, sim, Vereador; o senhor não viu o espelho da Pauta, Ver.
Mario Fraga, observe, por favor! É o PLL nº 003/13. Este Projeto, ele é
importante por quê? Porque é a maneira de podermos ter em casa aquelas plantas
medicinais que contêm substâncias que nos ajudam no dia a dia, seja nos
pequenos males das pessoas ou mesmo para fazer tratamentos mais longos, sejam
eles diuréticos, sejam eles digestivos, sejam eles com uma profundidade que não
consigo aqui neste momento descrever na sua totalidade.
Agora, da mesma forma em relação a condimentos:
quantas receitas e refeições podem ser feitas com condimentos que são plantados
na própria casa?
Quando falamos nisso, Ver. Brum, para ter
condimentos e plantas medicinais, não precisa ser em hortas, não precisa ser em
grandes extensões de terras, isso pode ser feito nos apartamentos, isso pode
ser feito em diversos tipos de canteiros. O importante aqui é a essência, é um
olhar de Cidade, é um olhar de cidadania, porque um dos grandes problemas da
urbanidade, Ver.ª Mônica – que também apresenta um Projeto para proibir os
fogos de artifícios nas casas noturnas –, é que a nossa cultura de urbanidade
vem perdendo a relação com a natureza, com o compreender os espaços, respeitar
os espaços, propor que haja inovações tecnológicas... E plantas medicinais e
condimentares, Ver.ª Jussara, não é nem uma inovação tecnológica, pelo contrário, é o resgate cultural associado ao avanço da ciência,
porque no momento em que estudam para retirar a essência das plantas e
transformar isso em medicamentos químicos, nós estamos propondo, neste debate,
por intermédio da colega Jussara, realizar o resgate de raízes culturais. Por
exemplo, nós e os diversos colegas que são de origem italiana, temos nas casas
das nossas “nonas”, ou mesmo em nossas casas – todos sabem que existe um
canteiro de plantas, com alecrim, alfavaca, manjericão, salsa, manjerona,
enfim, o que está à mão de todos.
E mais do que isso,
Ver.ª Luiza, podemos resgatar outra questão: o lixo orgânico não precisa ser
colocado para ser levado pelos caminhões, ele pode ser transformado na própria
casa.
Então, essa é a
essência do debate que quero comentar aqui hoje, principalmente em relação aos
Projetos da Ver.ª Mônica e da Ver.ª Jussara, que discutem aqui nada mais nada
menos de que conceito de sociedade e conceito de urbanidade. Um grande abraço.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver.
Marcelo Sgarbossa está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
A Ver.ª Mônica Leal
está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MÔNICA LEAL: Boa-tarde, Ver.ª
Sofia, que preside os trabalhos nesta segunda-feira; Vereadores, Vereadoras e
pessoas que nos assistem, estou nesta tribuna para falar do Projeto que está na
2ª Sessão de Pauta, que proíbe a utilização de fogos de artifícios de qualquer
espécie, em locais fechados, no âmbito do Município de Porto Alegre.
Em função da segunda
maior tragédia no Brasil, na Boate Kiss, em Santa Maria, eu fiquei muito
preocupada com a situação. Como já disse nesta tribuna, nunca havia focado a
minha atenção nessa questão da segurança dentro dos locais de lazer. Então, em
função dessa tragédia, eu elaborei este Projeto e peço, aqui, uma
atenção de todos os senhores e as senhoras para a importância deste Projeto,
porque, a cada dia que passa, aparecem manchetes como: “Laudos indicam 100% de
mortes por asfixia na Boate Kiss”. Ora, se não tivessem acendido um artefato,
isso não teria ocorrido.
Eu sei que são inúmeras as tentativas de acertar,
de fazer leis. Inclusive, a Prefeitura de Porto Alegre saiu, logo após a tragédia,
fazendo um excelente trabalho, criando uma força- tarefa, que está atuando de
forma incansável, inclusive despertando a cultura para que as pessoas, hoje em
dia, ao entrarem em uma casa de lazer, se atenham à porta, à emergência, à
segurança, enfim, a tudo. Isso está declarado, e nós sabemos muito bem, porém,
nada disso adianta se nós não tivermos uma lei que proíba a utilização de fogos
de artifícios de qualquer espécie. E não adianta falarmos que existem coisas
paliativas, porque lei é lei, é o poder maior. E cabe ao Município legislar
sobre essa situação. Então, eu gostaria que os senhores prestassem muita
atenção neste Projeto, porque eu penso que ele é demais importante para a
segurança.
A Sra. Lourdes
Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Quero cumprimentar a Ver.ª Mônica.
Realmente, nós, mulheres, temos muita sensibilidade para propor justamente
soluções para o que vem em grande prejuízo da população. Eu não sabia sobre o
seu Projeto, pelo qual eu a parabenizo. Eu apresentei um Projeto, que já está
protocolado na Casa, que proíbe o alvará para essas empresas, tanto para
manuseio, quanto para a concessão e comercialização. Vamos nos somar à sua
proposta.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Obrigada, Ver.ª Lourdes.
Por fim, eu gostaria de dizer que eu tenho a
convicção de que o que ocorreu na Boate Kiss de Santa Maria foi uma sucessão de
erros. Dessa forma, a minha colaboração é este Projeto proibindo a utilização
de fogos de artifício em qualquer local fechado na cidade Porto Alegre. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Ver.ª Sofia Cavedon, que preside esta Sessão; demais Vereadores,
Vereadoras; público que nos assiste das galerias, venho, mais uma vez, Ver.
Idenir Cecchim, falar sobre o nosso SIAT. Como disse o grande escritor
colombiano Gabriel García Márquez, no seu livro “Crônica de uma Morte
Anunciada”, também se poderia dizer a respeito do SIAT, Ver.ª Sofia Cavedon.
Assim como no romance, em que todos sabiam que um crime ia acontecer, na
Secretaria da Fazenda, todos sabiam que o sistema SIAT, contratado pela
Prefeitura – sobre o qual, inclusive, já fiz uma representação no Ministério
Público –, não estava pronto, e não funcionaria. Mas, talvez por pressão de um
Sistema que custou R$ 6 milhões e que tem contestação no Ministério Público,
tivesse que funcionar, o Secretário tinha que implantá-lo. Eu, há alguns dias,
li desta tribuna alguns e-mails dos
funcionários da Fazenda, comentando sobre o Sistema; eis que recebi mais e-mails, que vou ler agora, a respeito
do sistema, Tarciso Fecha Negra (Lê.): “Convivemos diariamente com problemas
graves no SIAT. São erros de cálculo, o Sistema faz operações erradas, cancela
lançamentos, não cancela quando tem que cancelar e executa muitas outras
operações com erros. Muitas vezes, não percebemos o erro de imediato. Somente o
percebemos quando o contribuinte aparece com uma guia com valores errados. Isso
é muito grave. Não temos condições de garantir a confiabilidade dos dados
gerados pelo Sistema. Em diversas situações, o Sistema emite relatórios com
valores errados. Os servidores usuários do SIAT não se sentem seguros no
processamento de qualquer operação. Tendo em vista o acima exposto, sugiro que
não sejam mais efetuadas alterações no Cadastro Imobiliário até que o SIAT
esteja devidamente corrigido e confiável”. São todos e-mails trocados entre funcionários da Secretaria da Fazenda (Lê.):
“Colegas, o descrito nas mensagens abaixo mostra que chegamos a um ponto
crítico com relação ao SIAT. Considerando o andamento do processo de correção
do Sistema pela Consult, não vislumbramos, a curto prazo, uma reversão da
situação, muito pelo contrário, a cada dia, novas surpresas estão surgindo.
Necessitamos de uma decisão urgente, e concordo que não sejam efetuadas
operações no Cadastro Imobiliário através do SIAT, enquanto essa situação se
mantiver. A falta de confiabilidade no Sistema e nos dados gerados não
proporciona segurança necessária para a prática de atos tributários de tal
relevância, inclusive com repercussões negativas sobre os contribuintes. Não
podemos expor a instituição, os servidores e os contribuintes a tal situação”.
Outro e-mail (Lê.): “Todos nós já
sabemos, decorridos quase sete meses após a implantação do SIAT, que esse
Sistema, da forma como está, não atende, nem de longe, ao que todos nós
esperávamos dele. (...) Infelizmente, nesta implementação do SIAT, os aspectos
políticos sobrepujaram as opiniões técnicas de todos aqueles envolvidos no
desenvolvimento do SIAT, que se mostram contrários à sua implementação
prematura. Proponho que retomemos as alterações cadastrais que estão pendentes
– mais de 6 mil processos pendentes – através do Sistema PROCEMPA, que,
sabidamente, tem boa confiabilidade”.
Agora, pior ainda, é o texto escrito pelo
Secretário Bortoncini (Lê.): “A implantação do Sistema Integrado de
Administração Tributária – SIAT ocasionou alterações nas rotinas de trabalho da
Célula Tributária. Esse período de implantação e estabilização do Sistema
impossibilitaram a execução de procedimentos que refletiram na arrecadação do
IPTU, na Taxa de Coleta de Lixo, e da Dívida Ativa”. Então, o próprio
Secretário admite que a Prefeitura deixou de arrecadar, Ver. Tarciso, por
problemas num Sistema que custou mais de R$ 6 milhões à Prefeitura, um trabalho
que a PROCEMPA já desenvolvia a custo zero para o Município. Eu alertei que a
Prefeitura contrataria novamente a Consult; é o que a Prefeitura está fazendo,
novamente, por mais de R$ 5 milhões, totalizando quase R$ 12 milhões para um
Sistema que não funciona, que está prejudicando a sociedade porto-alegrense. É
um absurdo! O Prefeito já admite que o Sistema da Fazenda da Prefeitura não
funciona. Alguma medida tem que ser tomada, porque estamos perto de um caos em
Porto Alegre no sistema fazendário da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. MARIO
FRAGA: Ver.ª Sofia Cavedon, na presidência dos trabalhos; Sras. Vereadoras,
Srs. Vereadores; público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara; venho,
não para discutir, mas para apoiar e elogiar a iniciativa da Ver.ª Mônica Leal.
No nosso Gabinete também chegamos a pensar nesse Projeto, e ainda está na nossa
memória o incêndio da boate Kiss, de Santa Maria. Esse Projeto da Ver.ª Mônica
vem somar para a nossa Cidade, por isso, então, venho apoiá-la e peço aos
Vereadores que prestem atenção no Projeto, porque será muito importante para a
nossa Cidade. O Ver. Derly também fez uma Moção para as famílias que sofrem com
a tragédia de Santa Maria, e eu reforcei: “Vereador, não vamos deixar que esse
assunto de Santa Maria caia no esquecimento”. E esse Projeto da Ver.ª Mônica
vem para ajudar nisso, para nós não esquecermos do que aconteceu.
Também quero dar os parabéns, porque, nesse sábado,
fecharam uma casa de festas ali na Av. Goethe, na hora em que estava sendo
realizada uma formatura. Eu tenho certeza que muitas pessoas saíram tristes,
mas, quando escutei a notícia, fiquei contentíssimo, porque a Brigada Militar
esteve naquele local para fechá-lo por falta de segurança.
E, Ver. Idenir Cecchim, eu conversava com a minha
esposa e dizia a ela que não se sabe mais o que falar desta tribuna, e talvez
tenhamos que chegar a ponto de pedir – isso depois que perdemos uma amiga ali
Ra rua São Luís com a Rua Santana – aos ladrões que tenham complacência com a
vida das pessoas, para que não atirem quando estiverem praticando o assalto,
porque, pela Segurança, não tem mais como pedirmos. Então, fazemos um apelo,
junto com esse Projeto da Ver.ª Mônica Leal, para que
os ladrões, ao usarem armas, não estejam com o dedo no gatilho para não tirarem
a vida de pessoas inocentes! Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sra. Presidente;
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, escutei e assisti, Ver. Mario Fraga, o Ver.
Mauro Pinheiro falando sobre o SIAT, e fiquei meditando um pouco: por que será
que o Mauro fala tanto de um Projeto inovador que quase todas as Capitais estão
implantando? Será que é por que em todo Governo do PT se fazia controle com
Kardex? Eu acho que era isso que eles faziam. Eu estudei, há muitos anos, que
Kardex é um sistema de informações que se consultava. E também não duvido dos e-mails que o Ver. Mauro Pinheiro recebe
da Fazenda, já que esse Sistema, realmente, dá muito trabalho para alguns funcionários.
Eles têm que entender o Sistema; têm que analisar os dados; têm que fazer e
interpretar relatórios. Então, podem ser estes alguns dos problemas do Sistema.
Só que não dava para continuar como era antes, porque muitas vezes entrava
Receita no Tesouro Municipal que não se sabia de onde vinha, tinham que
adivinhar! Agora, pelo menos, se sabe! A tal da falta de confiabilidade, acho
que temos que acompanhar! A Secretaria da Fazenda tem técnicos muito
competentes, inclusive esses que mandaram e-mails
para o Ver. Mauro Pinheiro, são competentes e sérios – não duvido de nenhum
deles –, agora, daí dizer que esse programa está todo errado tem uma
diferença enorme, Ver. Janta! É um programa que está funcionando em todas as
cidades e está sofrendo adaptações, e o Ver. Mauro Pinheiro diz que está muito
demorado. Que bom que não se dá por completo o programa, porque está se
adaptando à realidade, aos dados da cidade de Porto Alegre! Estamos fazendo
aqui na Cidade uma coisa moderna! Quanto à PROCEMPA, é claro que é competente
para fazer; mas há tanta coisa para fazer na nossa Cidade que não dá conta. E
nós precisamos saber, comprar, alugar, copiar, fazer o que for necessário de
legal. Tem que ser legal para fazer. Tem gente que tem a propriedade
intelectual de determinados programas. E esse programa é importante, é aplicado
em muitas cidades. Ou será que só nós somos inteligentes? Só a nossa
Secretaria? Só alguns técnicos da Secretaria da Fazenda de Porto Alegre é que
sabem o que é certo e o que é errado? Será que as cidades de Belo Horizonte,
Curitiba, Salvador – onde é aplicado o mesmo – estão erradas? Só nós é que
sabemos o que está certo? Só os nossos técnicos? Eu acho que ter um pouquinho
mais de cuidado, Ver. Mauro Pinheiro. Com toda a legitimidade que V. Exa. tem
para fazer as críticas, nós também queremos ter, aqui, a legitimidade de dizer
que a Secretaria da Fazenda do Município de Porto Alegre, que o atual Governo,
nos últimos dez anos, os mesmos técnicos, o mesmo Governo que tirou o Município
do SPC, que soube fazer uma organização das finanças municipais porque está
sendo mais organizado, inclusive para errar, às vezes – inclusive pode errar –,
mas temos a certeza de que o que se está fazendo na Secretaria da Fazenda é
para modernizar. E certamente nenhum contribuinte, sequer um cidadão de Porto
Alegre terá prejuízo; tampouco o Município.
Então, bem-vindo ao programa moderno, e que se
trabalhe. Eu queria convidar esses funcionários que estão mandando e-mails para que continuem mandando e-mails, mas que achem também as
soluções que ajudem o Município a ser cada vez mais...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sra. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, já iniciada a
discussão, neste primeiro momento, pelo Ver. Engº Comassetto, de um Projeto de
Lei de nossa autoria, que é a criação, no Município de Porto Alegre, da
política municipal de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e de
fitoterápicos, porque o fitoterápico é o medicamento, a planta transformada em
medicamento. Trago este projeto a esta Casa com algumas experiências. Primeiro,
da minha formação profissional, que é exatamente nessa área, análise em
ciências farmacêuticas, análise em produção, distribuição e controle de
qualidade de medicamentos, sejam eles de origem de plantas medicinais, sejam
homeopáticos ou de produtos de síntese de alopáticos. Aliás, pode-se transformar
também plantas medicinais em produtos de síntese. Pode-se descobrir, através da
planta, a molécula, e a partir dela, inclusive, dar uma dinâmica diferenciada,
com menos efeitos colaterais, ou mais. Ou seja, é um projeto que nos remete ao
desenvolvimento num País que tem a maior biodiversidade do mundo de ciência e
de tecnologia servindo a saúde da população.
Na década de 2000 a 2010, aflorou muito a dinâmica
da construção dessa política. Nós conseguimos ser um dos quatro farmacêuticos e
profissionais de saúde do Brasil que foi da coordenação, da criação, a partir
de 2003, da política nacional. Depois, em 2006, como Deputada Estadual,
conseguimos aprovar o Projeto na Assembleia Legislativa. Conseguimos também
criar o núcleo de estudos e pesquisas em plantas medicinais, como Diretora
Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição, e, como Secretária Estadual,
criar a Comissão com a finalidade de
implementar a Política Intersetorial de
Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares e de Medicamentos Fitoterápicos
no Estado do Rio Grande do Sul para a política estadual ter consequência no Estado
do Rio Grande do Sul, articulada com a política nacional.
Este País, como eu já disse, que tem a maior
biodiversidade do mundo. Então, temos de fazer a aliança dessa biodiversidade –
e essa política serve para isso – com a formação e capacitação de recursos
humanos, aproveitando a expertise que nós temos, não só dentro da academia,
Ver.ª Lourdes Sprenger, mas também a expertise que nós temos do conhecimento
tradicional daqueles que tradicionalmente usam as nossas plantas medicinais. É
uma relação muito dialética e importante para que nós possamos ter essa
política implementada.
Então, apresentamos este Projeto nesta Casa, para
que a gente possa trabalhar os princípios da política nacional, da política
estadual, se materializando através de programas que já existem, nacional,
estadual. Já existe o Complexo Industrial da Saúde, criado pelo Governo Lula,
que dá um enfoque muito importante na questão da cadeia produtiva das plantas
medicinais. Então, é para integrar o Município de Porto Alegre a essa política
nacional e estadual, levando em consideração as nossas particularidades
municipais – aqui, nós temos profissionais da Saúde, da Secretaria Municipal,
daqui a pouco vamos discutir um projeto importante, também de origem do
Município –, no que tange à epidemiologia, aos usos e costumes tradicionais, às
pesquisas, ao conhecimento. Nós temos que aproveitar isso, inclusive sob a
ótica da nossa soberania e da nossa independência. E Porto Alegre é a capital
de um Estado que já tem essa política institucionalizada dentro dos princípios
do SUS – União, Estado e Município –, que é a política estadual.
Então, nós achamos extremamente importante a
elaboração dessa política municipal por esta Casa, integrando o Município de
Porto Alegre em unidade de ação para uma cadeia produtiva geradora de renda, de
emprego, de saúde, de conservação ambiental e contribuindo no nosso
desenvolvimento econômico, inclusive, tendo em vista que nós temos uma área
importantíssima, uma região urbana, principalmente na Zona Sul, com
características produtivas. E usando também a comissão intersetorial do Estado
numa articulação com uma comissão intersetorial do Município, buscando recursos
da União para que a gente faça essa cadeia produtiva, cuja ponta passa também
pela produção de medicamentos a partir de plantas medicinais, num Estado que
tem uma indústria químico-farmacêutica local e que trabalha com plantas
medicinais com qualidade, chegando lá na ponta na perspectiva de mais uma opção
terapêutica, mas com qualidade, com eficiência, com segurança, dentro da
política de assistência farmacêutica, o uso racional de medicamentos
contribuindo para a implementação do SUS, e também para que a população possa
dialogar com os profissionais de saúde, dentro de uma equipe multidisciplinar,
as suas opções terapêuticas e também o seu conhecimento.
Eu creio que essa é uma política que, assim como no
Brasil e no Rio Grande do Sul, será aprovada por unanimidade nesta Casa, pelos
seus benefícios. E me coloco à disposição de todos os colegas para uma
discussão mais aprofundada a respeito dessa questão. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Dr. Thiago reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Jussara Cony. Está encerrada a
discussão da Pauta.
Tendo em vista o acordo das Lideranças, encerramos
a presente Sessão. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 15h21min.)
* * * * *